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  • Circuitos Sabores

Cerveja Artesanal com consistência e qualidade

Atualizado: 21 de out. de 2020


Saudações aos apaixonados por sabores...


Hoje falarei um pouco mais sobre o momento da cerveja artesanal e o desafio de entregar um produto de qualidade com a chancela “artesanal” aos novos e curiosos consumidores.

Antes de tudo, poderíamos definir um critério para minhas citações nos textos.


Quando eu falar de Cervejas Especiais, falarei de cervejarias com estruturas industriais consolidadas, marcas distribuídas nacionalmente, canal de distribuição em redes de supermercados e que a meu ver não se enquadram no conceito artesanal.


Cervejarias que atendem às normas legais de registro com o MAPA e ANVISA, ou estão em processo de liberação, possuem produções pequenas, não são engessadas a estilos comerciais, são distribuídas em um raio pequeno de suas fábricas e na maioria delas o dono coloca a mão na massa, ou no malte, poderíamos chamar de “heróis”, mas vamos chamar de Cervejas Artesanais.


Para as cervejas que encontramos em eventos, compramos do amigo, do vizinho, do primo e fazemos em casa, chamarei de Cervejas Caseiras. A meu ver o verdadeiro exército que fomenta este mercado, mas que em relação à comercialização temos muito o que caminhar.

Considerando o cenário atual no Brasil, lembro que este mercado representa aproximadamente 1,5% do volume de cerveja comercializado no país, isso falando de produtos registrados (não temos dados seguros para afirmar o % juntando os produtores informais). No Brasil, em 2017 eram 679 cervejarias registradas (Gráfico 1) e quase 9.000 produtos novos.




Na região considerada Circuito das Águas Paulista, as cervejarias registradas não passam de 5 fábricas, mas um número igual a este deve ser legalizado em 2018. Na região de Campinas já temos quase 20, o que considero um excelente número pela idade deste mercado.

Ouvimos muito sobre cervejarias artesanais sendo formadas, mas nada sobre as que não deram certo. Segundo a revista americana Craft Beer & Brewing, nos Estados Unidos a cada mês uma cervejaria fecha as portas.

Os caseiros crescem a cada dia, o que é excelente, pois eles são ávidos por informações e estilos diferentes, buscam conhecimento e multiplicam sua paixão por cerveja caseira e artesanal para sua rede de relacionamento fazendo a roda girar.

Muitas pequenas cervejarias nascem desta paixão ( vejam o filme no youtube,” O Petroleum é nosso” que representa muito o movimento artesanal no Brasil). É desta paixão que precisamos cuidar e não esquecer das suas implicações no mercado quando decidimos ir ao encontro de consumidores.

Nós apaixonados por Cerveja Artesanal corremos o risco de desprezar quesitos de qualidade que o mercado não perdoa, como padronização, análise sensorial, estabilidade entre outros. Cervejeiros Caseiros e muitos artesanais têm este desafio: eles podem fazer cervejas muito interessantes e excelentes, mas às vezes o difícil é fazer a mesma cerveja no dia seguinte. Alguns perguntam se isto não é inerente aos produtos artesanais, pode ser um ponto de vista, mas em um mercado competitivo a comparação é inevitável.




O movimento artesanal no Brasil está maravilhoso, temos muitos ingredientes a serem usados com criatividade graças a nossa diversidade de frutas, sementes e madeira, mas não podemos esquecer que ainda estamos produzindo cerveja em um mercado novo. Cuidado com os exageros de misturas que dificultem o entendimento do consumidor.

O movimento das grandes cervejarias em direção ao consumidor de artesanais, deixa claro a ameaça potencial deste mercado de pequenos aos gigantes, que se mexeram ao serem incomodados. Eles compram algumas pequenas e tem feito ótimos trabalhos de melhoria de produto e distribuição, mas nós que criamos este mercado temos a tarefa de continuar surpreendendo estes consumidores com novidades, mas agora, com mais qualidade e preço justo.

Devemos estar preparados para alguma saturação no mercado e consequente seleção, neste cenário, quem não entregar qualidade aos consumidores estará fora dele porque haverá muita concorrência.

Não deixem de procurar referências de estilos. No Brasil já encontramos marcas que representam muito bem este universo, mas se possível não deixem de viajar e conhecer outros mercados, não deixem de buscar formação junto a fontes sérias e ajudem a educar os novos consumidores.


Santé !


Luis Gustavo Andena





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